segunda-feira, 23 de março de 2009

REFLEXÃO SOBRE O TEXTO: POR QUE MEU ALUNO NÃO LÊ?

A maneira como o professor ensina a língua determina a formação de leitores. É o que acontece nas escolas brasileiras. Os professores preocupam-se apenas em ensinar a cartilha, dissecando a linguagem em suas estruturas morfológicas, criando uma relação de obrigação muito cansativa.
Ao contrário, o ensino da leitura deveria ser uma prática prazerosa, em que o aluno se confrontasse com o texto numa relação interpessoal e íntima. A leitura é uma abertura para o interior, uma forma de perceber o mundo de uma perspectiva de vivência e não compromisso com os aspectos práticos de aprendizagem.
Não é o que ocorre em sala de aula. Os professores adotam uma prática de ensino de leitura que só faz o aluno detestar a leitura. Ele pode aprender a escrever corretamente, a produzir um bom texto, mas dificilmente irá ler um livro como uma entrega ao prazer.
Muito das práticas de leitura conduzidas pelos professores são desmotivadoras, ao invés de estimularem o hábito afastam o aluno dos livros. Além disso, os próprios professores desmotivam os alunos, impedindo práticas alternatrivas que aborde a língua, e não apenas a estrutura gramatical.
O aluno tende a achar a leitura em sala de aula muito difícil, e é justamente isso o que acontece. A leitura imposta com o objetivo de análise e interpretação cria uma resistência do aluno ao livro. E se isso ocorre nos primeiros anos de escola, dificilmente o aluno vai reatar uma relação com a leitura baseada no prazer, que é a leitura de lazer, ou seja, ficção.
É necessário despertar no aluno o desejo de ler. Para tanto, o professor deve criar metodologias alternativas de prática de leitura em sala de aula. Quanto mais cedo, melhor. Uma boa oficina de leitura pode descartar a fragmentação gramatical, a análise, interpretação, convidando o aluno para participar do prazer da leitura. Isso só se torna possível quando o aluno percebe que ler não é uma obrigação, mas uma relação sua com um mundo de múltiplas possibilidades.

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